Bem-aventurados aqueles que compreendem meus passos vacilantes e minhas mãos trêmulas.
Bem-aventurados os que levam em conta que meus ouvidos captam palavras com dificuldade, por isso procuram falar mais alto e pausadamente.
Bem-aventurados os que percebem que meus olhos já estão nublados e minhas reações são mais lentas.
Bem-aventurados os que desviam o olhar, simulando não ter visto o café, que por vezes foi derramado sobre a mesa.
Bem-aventurados os que nunca dizem: “Você já contou isso tantas vezes”.
Bem-aventurados os que sabem dirigir a conversa e as recordações às coisas dos tempos passados.
Bem-aventurados os que me ajudam a atravessar a rua e não lamentam o tempo que dedicaram.
Bem-aventurados os que compreendem quanto me custa encontrar forças para carregar a cruz.
Bem-aventurados os que amenizam os meus últimos anos sobre a terra.
Bem-aventurados todos aqueles que me dedicam afeto e carinho, fazendo-me assim pensar em Deus.
Quando entrar na Eternidade, lembrar-me-ei deles, junto ao Senhor.
Amém!